sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A Ordem dos Poetas Destrambelhados, por intermédio da Associação de Cupidos, Fadas, Ninfas e Seres Elementais, está promovendo o 2º Concurso de Poesia !!

A proposta do concurso é, além de estimular a leitura e incentivar a linguagem escrita, promover a inclusão digital, pois os participantes, além de se comunicarem via correio eletrônico para inscrever seus poemas, poderão acompanhar o andamento do concurso pela internet. Todos poderão ler e votar em todos os poemas, diferentemente do que ocorre nos concursos tradicionais, em que poucas pessoas têm acesso às obras inscritas. O concurso, está aberto para todos os preciosos Poetas e Poetisas com idade de 7 a 98 anos e que participam da comunidade no orkut - Ordem dos Poetas Destrambelhados -

O tema será livre e variável entre poesias e pequenos contos.

Cada participante pode enviar até 2 contos/poesias.

A data para encerramento será - 12 de abril de 2009

Serão escolhidos 10 poemas/contos numa primeira etapa que os jurados serão o público desta casa; na próxima etapa serão escolhidos os 5 melhores, desta vez por jurados selecionados entre críticos literários, escritores e intelectuais.

Os participantes devem enviar seus textos para: scriptorium_libres@yahoo.com.br com o assunto: "concurso poesia". Neste devem conter o nome do autor, titulo e o poema ou conto.

Conto com a participação de vocês! e já vou desejando boa sorte e que os deuses inspirem cada letra e cada coração..

Os prêmios serão enviados para os 5 escolhidos!!

Boa Sorte!
A máscara
por - Shadow Kabuki.

Eu estava acanhado
Tentando me esconder
Nas sombras e mascarado
Sem chamar atenção

Guardando meus dons
Em uma súbita vontade
No fundo dos mares
Dentro de um baú a sete chaves

Onde tudo se junta
E convivem em paz
Como o mais doce mel
Lidando com o amargo fel

Minha mascara
Meu ponto de recepção
Mais conhecido
Que meu pobre coração

Perdido em mar de fogo
E escondido na escuridão
Minha mascara
Meu ponto de recepção.
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Diabolique
por - Arcano

Seus olhos rubros sob o véu da escuridão
Cintilam desejos e luxúrias ardentes.
Enxerga apenas a imensa vermelhidão,
Essa mulher rubra de sangue e lábios quentes.
Seu beijo faminto é o abismo que atrai vida,
Numa sede em que sua boca extingue a existência.
Seus lábios transbordam paixão enfurecida
E seus dentes rasgam meu corpo em sua demência.

Ardente e sanguinária mulher que seduz,
Caminha em seu rubro e luxurioso pecado
Até parar farta e extasiada numa cruz
Com seu belo corpo nu de orgasmo saciado.
O orgasmo em seu corpo em chamas transborda lava
Que escorre de seu vulcão excitado e ativo.
Meus desejos mais íntimos ela desbrava,
Fazendo de mim seu prisioneiro cativo.

Dama Demônia... você que sempre me queima
Nas brasas de seu pecado luciferino,
Em meio a seus luxuriosos demônios reina
Aprisionando-me em meu trágico destino!
No Inferno ela tem seu trono de bela musa
Onde vassalos, devotos, beijam seus pés.
E soberana, manda nos escravos que usa
Como condenados a serem seus fiéis.

Ela não acredita que pode acabar
O fogo de seu nome provocante e chique!
Venha nas chamas com seu vampiro dançar
Venha com seu vampiro, minha Diabolique.
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Luz e mares
por - Shadow Kabuki
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Estava em rumo
A uma luz vistosa
Como as águas dos rios
Seguem para o mar

Na vida tem desvios
Como nos percurso do rio
Cheia de atalhos
Destingindo por pequenos detalhes

Às vezes nos perdemos
Com tantos atalhos
Não olhamos os detalhes
Não há mais luz e nem mares

E tempo de voltar
Pára o curso original
Onde há luz e mares
Depois pode ser tarde

Observem os detalhes
Não espere mais tarde
Observe os detalhes
Vá para onde há luz e a mares
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Soneto de Sabedoria
por - Simone Bernardes

(Hoje) quero versar a Sabedoria!
Vivê-la, na mais plena harmonia!
Na mais pura inspiração (Divina)!
Com amor; paz; alegria e cantoria!

(Hoje) quero sentir a Sabedoria!
Morar nela, sem mais me despedir!
Na mais infinita luz (cristalina)!
Com amor; paz; alegria e cantoria!

(Hoje) quero SER a Sabedoria!
Crescer (nela) e, infinitamente MAIS!
Aqui (fora), SÊ-LA, mais e mais!

(Eternamente), sem agonia e sem pressa!
Quero, então, posso! E o querer me dá PODER!
Para ser, o que nasci (simplesmente) para SER!
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Minha Diva
Por Marcelo Rangel Tidres (October Leversatt)

Teu amor em meu peito é brasa.
É fogo que aos poucos me queima.
Teu afago é larva fervente.
Que acalenta meu corpo e incendeia minha mente.
É amor eterno.
É céu é inferno.
É desejo latente.

Teu beijo é espinho que fere e não dói.
É acido corrente que saudade destrói.
É água da chuva que salva e constrói.

É meu bem é meu mau.
É o encanto de um pardal.
É minha treva é meu farol.
É minha lua é meu sol.

É linda é plena,
É louca é serena.
É triste é alegre.
É menina é deusa.
É a mulher mais amada.
É meu presente da natureza.
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Sem razão.
Por Marcelo Rangel Tidres (October Leversatt).

Um vazio, um espaço no tempo.
Um coração partido, sofrido.
Palavras jogadas ao vento.

Estrada, um campo deserto.
Olhares distantes, quanto mais longe,
Mais estão perto.

Mais que um sentimento, um beijo, um olhar.
Mais que um arrepio da pele ao tocar.
Mais que a própria vontade de amar.

De fora não se vê razão,
No que diz o coração.
Dos que já não se separam.
Os sorrisos cintilantes.
Nas faces dos amantes,
Já não se escondem, se mostram.

E sem rima, sem trova.
Sem razão, sem prova.
Conhece-se, se amam,
E jamais se abandonam.

E o vazio de outrora,
Esquece-se, jogam fora.
Então os dois se completam,
E juntos despertam, simplesmente...
O amor.
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Chuvas da Alma
por - Asas de Platina
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caminho somente eu
e eu mesmo
com a doce chuva
que bati em meu rosto
ensopando o meu corpo
e acordando a minha alma

apenas a bela chuva
que disperta a minha alma
de chuva a tempestade dentro de mim
logo os sussuros começam apenas sussuros
liberdade liberdade liberdade
de que nada adiantam

mas minha alma indomavel insistente
entao se vem os gritos
pos nao a nada que a aprisione
entao os berros uivos urros sao escutados
mesmo sabendo que de muito nao adiantara
persiste pos suas correntes a estrangulan
o seu ser que nada mas quer

apenas seu caminho e sua liberdade
de uma alma sem caminho mas nao perdida
porem acorrentada sufocada
sao apenas gritos gritos de esperanca
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A Grandeza do Silêncio
por – Lord Pedro

O silêncio é doçura:
Quando não respondes às ofensas,
Quando não reclamas os teus direitos,
Quando deixas à Deus a defesa da tua honra.

O silêncio é misericórdia:
Quando te calas diante das faltas de teus irmãos,
Quando perdoas sem remoer o passado,
Quando não condenas, mas intercedes em segredo.

O silêncio é paciência:
Quando sofres sem te lamentares,
Quando não procuras consolação junto aos homens,
Quando não intervéns, esperando que a semente germine lentamente.

O silêncio é humildade:
Quando te apagas para deixar aparecer teu irmão,
Quando, na discrição, revelas dons de Deus,
Quando suportas que tuas ações sejam mal interpretadas,
Quando deixas os outros a glória da obra inacabada.

O silêncio é fé:
Quando te apagas, sabendo que é Ele quem age...
Quando renuncias às vozes do mundo para permanecer na Sua presença...
Quando te basta que só Ele te compreenda...
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Sonhos de um Despertar
por - Asas de Platina

Apenas sonhar e vagar
mas não como um espirito louco insano
sim com uma bela sanidens
mantendo a sabedoria
caminhando errante
como um pássaro sem suas asas
com a esperanca de um dia volta a voar
mas o que me falta
a essencia do meu ser
enjaulada acorentada
um ser em busca de si mesmo
em sua caminhada infinita
por caminho no seu profundo ser
a solidão o grande casulo
do meu dispertar...
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Marcas de um Passado
Por - Lord Pedro

Todos nós temos uma seqüência na vida a seguir,
Obrigatoriamente ...
Nascemos, crescemos,
Uns estudam outros não,
Uns tem uma vida mais fácil,
Nascem em berços de ouro,
Outros por sua vez já não tem certos privilégios.
As coisas não surgem com tanta facilidade ...
Tem que batalhar muito,
Para que o futuro que sonha e espera,
Lhe traga alegrias, paz, compreensão,
Amizades, saúde ...
São desejos de um ser humano normal,
Que sonha com tudo isso,
Para alcançar e tão esperada Felicidade,
E ir ao encontro de um Verdadeiro Amor.
Mas nem sempre os caminhos que percorremos
São só calmarias.
Nem sempre as pessoas que encontramos
Nesta caminhada nos fazem bem, nos querem bem.
Muitas são egoístas, e se esquecem do amor ao próximo.
Este amor que dignifica, enobrece e com certeza
Nos levará a Glória e Felicidade eterna.
Muitos são os momentos que sofremos
Com estes espinhos que encontramos na nossa jornada.
Uns machucam mais, deixam marcas profundas.
Outros até que menos, mas acabam se somando
As demais desventuras, que acabamos nos tornando
Pessoas tristes, amargas, descrentes, de tudo e de todos.
Mas existe um ditado muito certo,
Que minha Querida Avó, hoje junto a Deus Pai,
Sempre me falava e me fez acreditar:
Ela me dizia: " Filho, não há mal que sempre dure,
nem bem que nunca se acabe... ".
E nesta pequena frase Fui me agarrando por toda a vida.
Apenas ainda não consegui apagar de vez
Marcas deixadas em meu coração.
Claro que hoje vejo nitidamente, que estas
Marcas foram causadas por pessoas que hoje
Não merecem uma lágrima sequer dos meus olhos.
Apenas dedico a elas, Minha compaixão e o meu esquecimento.
Mas o destino não perdoa,
Acaba nos colocando diante de situações,
Muitas das vezes nos parecendo semelhantes,
Tal e qual a que já vivemos, e tanto nos maltratou.
É como se estivéssemos num cinema...
Todas aquelas histórias parecem se repetir...
Aquelas cenas novamente passam por nossas mentes
E não podemos impedir as lembranças.
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Só o verdadeiro amor vale a pena
por - Simone Bernardes

Minh’alma anda bem calma
O meu coração, só, mas sossegado
Na espera de um grande e eterno amor
A alma gêmea que (o) faça muito bem regado

Não trago cansaço e nem embaraço
Nem dúvida, qualquer, eu abraço
Mas trago a certeza que aqui rasgo:

Ó Pai como é difícil encontrar um amor
Que me preencha e me complete, por inteiro
Beijei,uma boca recente que não passou de uma mera boca
Senti-me mal e paguei o preço

Pois, na verdade não busco beijos
O que somente me faz feliz?
Só uma alma gêmea por inteiro
Já passei das fases das degustações, sem receios

Não desisto de encontrar!
E nem me faço abandonar no jardim aflorar
Eis, que essa alma, um dia vou abraçar
Não importa, quanto tempo vai demorar

No puro e verdadeiro amor, sempre vou acreditar
E somente ele, eu vou cortejar
Sou diferente e não consigo com o comum, me encantar
Só uma alma gêmea me completa; me faz feliz e sei AMAR

E se não encontrar esse amor nessa existência?
Vou me casar com a natureza e cuidar da minha vivência
Pois em mim, hoje, trago a alegria de viver, somente, O PRESENTE
Ainda sozinha, mas, cultivando a Bela Vida e o meu Trabalho Digno, por ESSÊNCIA!
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Regente de tua própria felicidade.
por - Euismo

Não está nos enredamentos dos rituais,
nem mesmo nas mais respeitadas e remotas religiões;
ou nos escritos ancestrais desaparecidos a milhões de anos.
Indecifráveis e irreconhecíveis.

Não está no bem material.
Nem mesmo na pessoa que mais ama.
Muito menos além de suas possibilidades.
Podes crer!
É muito mais pueril, e precisamente por isso, irreconhecível.

Tu és o Senhor do Principio Transformador.
Tu podes ser aquilo que quiser.
Precisa antes saber verdadeiramente o que quer,
e tudo lhe será concedido. Não somente pela vontade;
mas ela dá inicio. Saiba disso!

A vontade é transformadora. As palavras têm o poder;
e a tua boca quando pronuncia e teu Ser sabe Verdadeiramente:
- Tu te tornarás aquilo que cativas; alcançará o que deseja.
Tornar-se-á regente de Sua vida.

Você precisa olhar para si,
para dentro de si, na essência do teu ser.
Desprender-se das amarras do mundo,
e não ter medo nem vergonha do que verás.

O Mundo... Você...
É isso que verás.
Você é o Mundo!
Você é quem faz o teu mundo.

Esse é o segredo da felicidade. Não a segredos.
A felicidade está em você.
O nirvana que tantos almejam alcançar. Por eras...
...e dedicam suas vidas procurando na transformação
que outros praticaram no mundo; em seu mundo particular...

A felicidade está em você e no mundo que você edifica.
Que mundo você está edificando?
Que tipo de pessoa você tem sido?
Que mundo você tem desejado para si e para toda a humanidade?

A vontade é transformadora. As palavras têm o poder;
e a tua boca quando pronuncia e teu Ser, sabe Verdadeiramente:
- Tu te tornarás aquilo que cativas; alcançará o que deseja.
Tornar-se-á o regente de Sua vida.
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Segundo, poema
por - S.R.Linguite

Olhos belos,
sorridentes,
brilhantes
como sempre
o são
os olhos das
crianças,
felizes...
Brilhante
o espírito;
grande,
lá no alto,
núvem verdade,
refletido
no calmo e
escuro lago
que é
seu olhar
refletido
como a lua
em fim de noite,
brilhando,
iluminando
o orvalho
seduzindo
o sol
criando
o dia,
feliz...
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A Jovem Sacerdotisa
por - Euismo

A tormenta mais uma vez se aproxima, os sinais começam a tornarem-se evidentes. O brilho do sol já não é mais presente, muito menos seu calor. Os pássaros já não cantam mais e a leve brisa da estação de primavera dá lugar a ventos arrasadores, que levam as folhas secas do chão e as fracas folhas soltas das copas das arvores. A areia da praia varre todo o vilarejo de Kretar, tanto quanto os sonhos de milhares de crianças, jovens e anciões desta aldeia.

A tormenta age como nós seres humanos deveríamos agir, sem preconceito. Ela atinge a todos. Todos os moradores do vilarejo não importando seu credo, a cor da sua pele, nem tampouco seus sonhos.

Yhunga, uma jovem sacerdotisa ora para as forças da natureza a beira do mais alto penhasco da ilha, um local sagrado onde muita sabedoria e magia a centenas de anos lá perpetuam.

Ela sabe que mesmo com toda a mágica residual de seus ancestrais naquele penhasco atrelada com toda a sabedoria que ela adquiriu, não mudará a direção e nem mesmo poderá deter a tormenta. Ela sabe que não se pode deter a reação da natureza contra as ações que os homens vêm causando diariamente e há séculos a Ela. Yhunga pode e fez o possível para conscientizar os homens, novos moradores da ilha que a destroem para satisfazer suas necessidades supérfluas, suas felicidades materiais que logo se dará satisfeitas e eles se verão desinteressado depois de ter consumido, e perderam o interesse pelo o que a natureza leva centenas de anos para realizar.

Yhunga sabe que o mundo desde seu surgimento nunca foi um paraíso, ao menos nos lugares onde o homem está. Yhunga aprendeu que o homem quando não consegue encontrar a felicidade e a paz em si ele busca em todas as outras quaisquer coisas que ele possa possuir, pensando que a felicidade e o amor estão em tudo o que ele pode construir e deter para si próprio.

O homem pode encontrar o prazer da conquista em cada ação sua, mas ela é passageira e logo ele voltará a agir, porque a sensação que sentia não durou muito e ele quer mais, e irá construir mais e destruir mais para seu prazer. E assim será até que ele se permita experimentar da verdadeira felicidade e do verdadeiro amor que existe, dentro de seus corações e de sua alma.

Do alto do penhasco Yhunga faz suas oferendas, professa sua crença e permite-se aprender com os erros do passado. Ela não teme a força da natureza, ela teme o que vem provocando toda essa mudança repentina a ela.

Mesmo com toda a desordem e inquietação que a tormenta trás, pode-se ouvir uma voz, que ecoa com uma mística que trás mansidade a todo o povo de Kretar. A voz serene e apaziguadora entoa a oração:

A sua Arte, Senhora, veio à luz.
Quem poderá escapar de seu poder?
Sua forma é um eterno mistério;
Sua presença paira sobre as terras quentes.
Os mares te obedecem,
As tempestades se acalmam.
A sua vontade detém o dilúvio.
E eu, tua pequena criatura, faço a saudação:
Minha Grande Rainha, Minha Grande Mãe!
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Inconstância (a voz)
por - S.R.Linguite

chuva
temporal
paz
satisfaz?
não, mas...
tanto faz
estranho
sagaz
o que há?
jamais
e então
como está?
não se sabe
jaz
estranho,
explicação?
sabe-se lá...
pois é
rapaz
perturbador
doce
aterrador
assusta
demais
banho
e os sais
inconsistente
inexplicável
há mais?
há males...
amais
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[] MINUTEN
por - Vanessa Deguti

Sob a brisa que paira entre enferrujados encanamentos noturnos, tentarei dizer um pouco...

Um turbilhão de inspirações me dominou no espaço de um minuto atrás, mas este domínio está sendo enterrado agora e agora, de novo e de novo, e de novo... Nem as grandes obras explicarão.
Sempre me mostraram como é lindo dizer “eu te amo” em várias línguas, mas nunca ninguém me ensinou dizer adeus.

Esta carta, este relato amador em papel sujo e improvisado, deve ter um destino, assim como os tais invisíveis turbilhões que parecem e aparecem como vapor de inalação.
Tem um destino. Se não virar cinzas num além ignorável, queimará em seu espírito. (E os vapores têm como destino subir aos céus, mesmo que isso pareça torná-los invisíveis.)

Eu jamais soube quem eu era, a minha origem, etnia ou até mesmo onde nasci. Isso nunca chegou a me incomodar, porque para saber quem sou basta compreender a indefinição dos meus silêncios, porém voltou mais uma vez um de meus tormentos, e tormentos sempre voltam.

Nasceu um homem, uma mulher, depois foi dada a luz a mim.
Agora, a obscuridade domina os gelos das estrelas na ponta de meus dedos.

Tive que comer esta carta duas vezes para que não tivesse menos chance de relatar pela última vez.
Segurando as grades enferrujadas da ilusão, o cárcere dos pecados me fita. Engoli minha terceira carta.

Perderei meu pescoço em vinte minutos, mas nunca nem sequer soltei um grito por toda minha existência.
O cárcere dos pecados me fita, mas ainda não pode verdadeiramente me incriminar porque eu nunca soube o que é um pecado.
O cárcere dos pecados caminha pelos corredores de minhas veias!

Um belo dia me prenderam injustamente. Escutei música pela última vez. Pães torrados com manteiga e mel. Rondo: Allegro. J. Haydn. Concerto in D major, Op.101.

Aprendi a tocar violino em ofício recreativo na prisão. Eu não tinha cometido nenhum crime, e talvez por isso iam me soltar. Então descobriram que eu tinha talento. Me transferiram de cela, me bateram e serraram meus pulsos com o próprio arco do violino.
Então, na prisão, cometi meu primeiro crime.

Hoje eu quebraria também o seu pescoço, neste espaço de três minutos que me restam, mesmo sem tendões, sem moral nem espírito. Porque não bastando terem tirado o que eu não tinha, me fizeram sentir o sabor de ter tido. Deram-me pulsos para decepar meu pescoço.

Se não virar cinzas num além desconhecido, queimará no espírito...

E se eu pudesse de uma liberta pessoa presa voltar a ter uma patética vida normal, já não saberia se choraria com os bebês defeituosos de Sparta ou com as crianças fumantes cheiradoras de cola que estão a pedir dinheiro no farol sem uma lágrima sequer,, ou se me ocuparia estudando as corrupções das histórias antigas e vivendo as corrupções das histórias atuais...

Provavelmente eu estaria lendo neste momento.
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Icógnitas Sentimentais
por - Thiago Guimarães

Sendo o ser o nada que é
Ajuda o tempo a viver sendo o ser
Que é aquele que mostra ao tudo
Como o nada aprende a viver

O tudo nada nas memória do eterno
Para alguma coisa aprender
Com aquele que tudo sabe nada
Mas que nada sabe tudo sem saber

A vida tem o nada que tudo vê
E aquilo que preenche tudo
Tem quatro letras é tão bonito como uma flor
o chamam pelo nome de amor
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Pastor e suas ovelhas
por - Thiago Guimarães

Estava o pequeno pastor estava a pastorar
Quando viu uma graciosa ovelha sua chorar
Deitada no pasto estava a se lamentar
Por ter visto o lobo seu filho matar

O pastor foi em seu socorro
E lhe acolheu em seus braços
A ovelha chorou o infortúnio
De um coração despedaçado

Morreu pois a ovelha de desgosto
E lamentou o pastor entristecido
Por morrer a mãe saudosa
De saudades de seu filho querido.
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O calor dos festejos
por - Marlon Vieira

Ele caminha pelo nada
É silhueta, é solidão
Crepúsculo e escuro
Vem noite e escuridão.

Mas ele não pára.
Em volta, o desamparo
Na face o desgosto
Oh! Destino amargo!

O homem caminha
Triste e angustiado
Sob peso invisível
Segue curvado.

A frente uma luz
Um casebre mau cuidado
Música e risos
E gritos acalorados.

Uma taverna, uma festa!
O homem é dominado
Pelo som, pela alegria
Pelo casebre iluminado.

Dentro há calor
Lá há alegria
Os problemas sumiram
Ele sente a energia.

Arregaça as mangas
Joga os sapatos
Abraça os amigos
Este é seu lar amado!

Jamais desistirá
De sua vida dura
No calor dos festejos
Encontrou a sua cura!
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Odioso desejo
por Marlon Vieira

Visita inesperada,
é presença que se sente,
é o calor desejado
maldito entorpecente,
o poderoso veneno
que nos encanta a mente.

Com o coração cativo,
dor no peito tão querida
é a malévola paixão,
doce se correspondida,
dolorosa se ignorada,
é a pior das feridas.

Não se sabe o motivo,
não existe uma razão,
ela simplesmente surge,
envenena o coração.
Mãos suam, o peito pula,
dominado estás então.

Mas ela é odiada!
É presença agourenta,
é sentimento de tolos!
E o coração aguenta,
porque ele a deseja
e isso a alimenta.

Paradoxo odioso!
Ter de ser atormentado,
com os pensamentos turvos,
e viver angustiado,
agindo sem raciocinar,
coração escravizado.

Assim nasce uma paixão,
no silêncio de um peito
há muito abandonado,
um golpe sempre certeiro
bela, terrível, pungente,
toma o corpo inteiro.
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E AQUI ENCERRO MAIS ESTA JORNADA LITERÁRIA!
DESEJO DESDE SEMPRE, SORTE A TODOS OS DOCES E ENCANTADOS POETAS E ESCRITORES DESTA CASA. VAMOS ÀS VOTAÇÕES E ESCOLHAS!!!